Como na história de muitos colegas de profissão e de estudo que encontrei pelo caminho, fui daquelas crianças que passava grande parte do tempo desenhando e desenhando. Foram cadernos e cadernos de desenho, na maior parte, ocupados com desenhos de carros e alguns personagens. Pedia caixas de papelão no mercado e criava brinquedos, desenhando, recortando e colando. Até em folha de papel de pão eu desenhava.
Na época, os automóveis eram a coisa mais tecnológica e mais próxima ou palpável, cujas formas e cores variantes me chamavam a atenção. Quando me perguntavam, aos 6 anos, o que eu queria ser quando crescer, a resposta vinha prontinha: quero ser Desenhista.
Assim começou.
Descobri que existia alguém que ganhava para passar o dia desenhando carros. Esse se tornou o sonho. Fui trilhando o caminho que achei que fosse o mais próximo disso. De 1987 à 1989, fiz cursos técnicos na antiga Escola Pro-tec, em São Paulo, de Desenho Mecânico e Projeto de Máquinas. Na década de 90, já trabalhando como Desenhista Mecânico (no setor de moldes para injeção de plásticos), ingressei na Faculdade de Engenharia, Universidade São Judas Tadeu. Cursei o primeiro ano com muitas dificuldades até que, num belo dia, passando por um dos saguões da Universidade, vi uma exposição de Design. Encantado pelos sketches e ilustrações feitas à mão, naquele momento, descobri que estava no curso errado. No ano seguinte (1993), ingressei na Universidade Mackenzie, no curso de Desenho Industrial – Design de Produto.
Os 4 anos de faculdade me mostraram o quanto o mercado automobilístico era fechado, restrito e para poucos. Alguns colegas até conseguiram, mas para mim não deu. Segui aplicando tudo que aprendi sobre design onde eu podia, como podia e mesmo que não pudesse. Segui trabalhando com engenharia durante 9 anos, até o momento em que percebi que precisava mudar novamente. A engenharia me deu muita base de conhecimento e experiência para muitas coisas que faço até hoje. Nada é perdido.
Efetivamente, iniciei meu trabalho com design em 1999, dois anos após ter me formado. Dois amigos e eu, montamos uma pequena agência para prestar serviços de design gráfico, web design, fotografia e comunicação, a 130 Design. Fizemos muitos pequenos trabalhos, o que nos ensinou muita coisa, mas que não nos sustentava. Menos de um ano depois, encerramos. Depois disso, fui trabalhar em escritórios de design, fui sócio de uma agência, trabalhei e ainda trabalho muito como freelancer.
É, o tempo passa, o tempo voa. Continuo seguindo meu caminho tentando fazer aquilo que gosto, alimentado pelos meus sonhos de infância e pelo aprendizado conquistado com a experiência. Entre outras atividades, sou músico quase profissional, adoro Automobilismo e Cosmologia. Mantenho minha criatividade e meu lado criança sempre ativos, principalmente dividindo meu tempo com meu filho.
Ainda continuo desenhando meus carros!