Finalmente, meu primeiro concept car está finalizado. Na verdade não é o primeiro, pois meu trabalho de graduação na Faculdade foi a criação de um veículo, mas isso foi há muito tempo e tenho poucos registros.
Links anteriores:
1ª Parte – Monoposto com motor de moto Yamaha R1
2ª Parte – Monoposto R1, em fase final
Iniciei o projeto do monoposto R1 em março de 2018. Evidentemente, por se tratar apenas de um estudo particular de habilidades em 3D e criatividade, minha dedicação não foi em tempo integral. Mesmo assim, foi um tempo bem gasto para aprimorar meus conhecimentos tanto em ilustração 3D quanto em automobilística, temas pelos quais sou apaixonado.
Em resumo, para quem ainda não viu as postagens anteriores (1ª e 2ª parte), este é um projeto conceitual inspirados em Kit Cars montados com o uso de motores de motocicletas de alto desempenho. Para o meu projeto escolhi a Yamaha R1, pela imensa popularidade e por detalhes técnicos como potência, torque, peso, etc.
A ideia original era a criação de um carro em estilo formula, mas para uso em trackday e até que fosse homologado para uso nas ruas. No meio do caminho o projeto acabou ganhando mais características de um race car, feito para as pistas, mais como um protótipo mesmo. Como apresentado na 1ª parte, a inspiração vem dos modelos Ariel Atom e do BAC Mono, projetos que admiro muito em muitos aspectos distintos entre eles.
Alguns pontos do meu desenho precisam ser esclarecidos:
Chassi/Monocoque – Forma e função
O chassi foi desenhado sobre o corpo do piloto, tendo a ergonomia como ponto de base para todo o restante. Embora haja semelhança com outros carros de fórmula, o monoposto em si foi calculado para ser razoavelmente confortável e seguro, já que inicialmente era apenas um veículo para trackdays. Detalhes como a altura do chassi (com ponto de vista do piloto mais elevado) e monocoque mais largo são itens que entram no balanceamento entre desempenho, conforto e segurança.
Sistemas Mecânicos
Os sistemas mecânicos apresentados não são um projeto executivo de Engenharia. Foram baseados em modelos de fabricação já existentes, de grande popularidade e bom desempenho no meio automobilístico como: suspensão, transmissão, freios, carenagens e estruturas metálicas.
Aerodinâmica
Da mesma forma que os sistemas mecânicos, a parte aerodinâmica segue o exemplo de grandes projetos de sucesso, onde o objetivo maior é gerar um bom coeficiente, além de aproveitar o fluxo de ar para gerar down force sobre os eixos e refrigeração de componentes.
Potência e desempenho
A ideia seria de que o carro conseguisse ter um peso total de no máximo 300Kg, através de um chassi tubular feito em ligas leves como o duralumíno e carenagens em fibra de carbono. Com o motor de 200 CV da Yamaha R1, a expectativa seria de que a relação peso potência ficasse na casa 1,5 CV por quilograma. A motocicleta, originalmente, alcança o excelente número de 1 CV por quilograma (Peso 200kg – Potência 200CV). Como já comentado na 1ª parte, o único problema aqui seria em relação ao torque. O motor da Yamaha R1 tem torque de 11,5 Kgfm a 13.500 rpm, o que pode ser pouco para um carro. Se comparado com um Formula Inter (citado na 1ª parte), a diferença seria de 10 kgfm, sendo que o F. Inter consegue isso na metade da faixa de rotação, em 6.000 rpm (Peso 490kg, potência de 191CV, ou 2,5 CV por quilograma). A ideia aqui então seria obter o menor peso possível na estrutura do projeto, sem fugir do conceito.
Concluindo
Essa foi uma experiência muito particular mesmo. Foi algo que veio da minha paixão por carros e corridas, além do desejo de exercitar meus conhecimentos em design, projeto e ilustração 3D. Fiquei bastante feliz com o resultado, mas é claro que é sempre possível e necessário buscar melhorar em tudo que fazemos. Foi um prazer compartilhar com quem quer tenha se interessado ao menos minimamente por essa experiência.
Agora vou partir para o próximo. Não sei o que vai ser ainda, mas certamente será algo que me mantenha sonhando acordado.
Obrigado a todos!